O que leva uma pessoa a sair
agredindo seus colegas de trabalho, simplesmente pelo fato deles estarem
deslocados de sua atividade fim? Quem, em seu estado de consciência e respeito
à dignidade humana, há de concordar com tal ato, proferido de maneira injusta,
desrespeitosa e infantil? Que profissional aceita ver seus companheiros
agredidos com palavras chulas, proferidas sob a ótica equivocada de uma
centralização e padronização de suas atividades, enquanto agentes de segurança
penitenciária?
È, companheiros, essas pessoas,
infelizmente, existem! Nós vimos, nós lemos, nós nos indignamos com aquilo que
estava maldosamente escrito. Colegas agredindo com palavras seus companheiros
de trabalho só pelo fato deles trabalharem na SERES. Chamaram-nos de
preguiçosos, medrosos, covardes, etc. O que leva o outro a desrespeitar seus
colegas? Seria um egoísmo sem tamanho, a ponto de não perceber que do outro
lado de sua injustiça existem pessoas que sequer pensaram em lhes ofender,
porque a ofensa, geralmente, é retributiva. Mas que mal fizemos nós a essas
pessoas?
Gente, a Secretaria é nossa e deve
ser ocupada por nós! Pensar diferente disso é castrar o nosso desejo de um dia
sermos uma Secretaria de Estado, totalmente independente. Mas como sermos, se o
simples fato de um colega estar lotado em um dos diversos setores que existem
na SERES causa tanta revolta? Quem vai à Polícia Civil percebe a grande
quantidade de policiais trabalhando administrativamente. O mesmo se repete na
Polícia Militar, bombeiros e Polícia Federal. E por que em nossa casa isso é
tão difícil de ser aceito? Talvez essa animosidade (unilateral e por poucos e
irrelevantes colegas – assim quero acreditar) seja a causa dessa categoria
ainda se manter no rol de pouca importância dada por parte do Governo Estadual.
Ora, uma categoria que tenta “limitar” sua área de atuação há apenas sua
atividade fim, certamente que sempre será vista como pequena, pois não trás em
si a ambição de ser grande, de ocupar espaços, de ser reconhecida como indispensável,
visto que só saberá fazer aquilo para qual foi criada. Crescer é muito mais do
que ser fiel a sua atividade fim, é ser comprometido com o todo, e o todo é a
categoria. Temos orgulho de sermos
agentes de segurança penitenciária e vemos as nossas funções como
importantíssimas para segurança pública. No entanto, buscamos, através da
construção do conhecimento e da elaboração de metas e planejamento de ações,
elevar essa categoria a além das grades e dos pavilhões. Teremos sempre o
orgulho de sermos segurança, mas necessitamos ir mais além. Precisamos abranger
nossa área de atuação, para que sejamos respeitados e percebidos como grandes.
Só assim, não mais que assim, o Estado se convencerá que somos muito mais; que
temos muito mais a oferecer; que é imperiosa a necessidade de se criar uma
Secretaria de Assuntos Penitenciários. No entanto, uma coisa me preocupa muito:
como querer ser grande com pensamentos tão pequenos?
Quanto às agressões que sofremos,
deixa prá lá! Somos ASP,s, quer queiram ou quer não queiram; quer assim nos
vejam ou não! Nós que trabalhamos administrativamente continuamos a ser Asp’s,
não pela lotação ou pela atividade que ora desempenhamos, mas porque nos
enxergamos na mesma guerra que vocês, mesmo que em campos, armas e batalhas
diferentes, mas com um único objetivo: continuar avançando na construção de um
sistema “MAIOR”, bem maior que a desunião que tentam causar entre os seus
membros, e muitíssimo MENOR que os desafios que temos pela frente, quando
pensamos em ser uma instituição com independência administrativa e financeira. Meu
profundo e lamentável desprezo a quem assim pensa diferente; a quem age de
forma desrespeitosa; a quem não sabe o que é crescer como profissional e como
pessoa.
Agentes de
Segurança Penitenciária
Lotados na sede
da SERES
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