Medidas após rebeliões no presídio de Caruaru, PE
Convivência na penitenciária era pacífica, afirmou o secretário Pedro Eurico.
Duas rebeliões foram registradas e seis pessoas morreram no sábado (23).
Após as duas rebeliões na Penitenciária Juiz Plácido de Souza em Caruaru, no Agreste de Pernambuco, o secretário de Justiça e Direitos Humanos, Pedro Eurico, anunciou medidas para a unidade. Em entrevista à TV Asa Branca nesta terça-feira (26), ele disse que um processo de licitação está aberto para a compra de bloqueadores de sinal de celular.
Ele disse que o presídio de Caruaru ainda tem sinal de celular. "A tecnologia anda na frente do processo licitatório. Todos os dias temos celulares novos", afirmou Pedro Eurico. Sobre a análise dos processos, 20 advogados foram contratados, conforme o secretários, para auxiliar no mutirão e agilizar a reavaliação das penas dos detentos.
O secretário detalhou que um concurso para agentes penitenciários está aberto e oferta - na primeira etapa - 200 vagas que devem ser preenchidas até o final do ano. Segundo ele, esta foi uma revindicação do Sindicato dos Agentes Penitenciários (Sindasp). Pedro Eurico explicou que uma nova função entrará em vigor a figura do assistente ressocializador, que dará apoio ao agente penitenciário.
Sobre o incêndio na penitenciária, o secretário disse que "os danos não foram tão graves e foi comprometida a parte de limpeza e banheiros". De acordo com Pedro Eurico, as áreas de cozinha, enfermaria, escola e administração não foram afetadas. Ele explicou que há equipes de engenheiros, arquitetos e técnicos de edificações para analisar os danos na unidade.
Para Pedro Eurico, a convivência dos presos antes das rebeliões era "pacífica". "Infelizmente essa cadeia se rompeu. Rompeu-se porque chegaram alguns querendo praticar violência, praticar extorsão e cobrança ilegal de serviços", explicou.
Superlotação
O presidente do Sindicato dos Agentes de Segurança Penitenciária, João Carvalho, disse que o presídio tinha 1.542 presos acima da capacidade. Em entrevista à TV Asa Branca, ele afirmou que havia 1.922 detentos na unidade, que tem capacidade para abrigar 380.
Segundo ele, além da superlotação, outro problema do presídio em Caruaru é a presença dos "chaveiros". Ele explicou que os chaveiros (presos que cuidam de celas e ficam com as chaves de alguns setores) dificultam o trabalho dos agentes penitenciários.
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