O PROCEDIMENTO OPERACIONAL PADRÃO É PARA CONTINUAR.
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Dura Lex, Sed Lex. Sim, é latim e quer dizer a lei é dura, mas é a lei.
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Dura Lex, Sed Lex. Sim, é latim e quer dizer a lei é dura, mas é a lei.
Durante muito tempo esta velha máxima foi rigorosamente
usada contra os agentes penitenciários, em mão única nas cobranças e punições.
De fato, visando garantir o bom andamento do serviço penitenciário nós nos
sujeitamos a pressão de trabalhar a margem da legalidade sob o risco pessoal de
nossas próprias vidas. Muitas vezes transportamos presos em proporções
inadequadas, um agente para um preso, um agente para dois, três, quatro e pasmem,
quatro ou cinco agentes transportando quarenta presos no famigerado “Lapão”
(que é caminhão – não pode transportar presos).
Quantas vezes nos colocaram em escoltas comuns sem nos avisarem que
deveriam ser reforçadas em decorrência da alta periculosidade do preso e
descobrimos no caminho que queriam resgatá-lo ou matá-lo. Sem falar nas
viaturas com manutenção precária, ou nenhuma, sem freios, faróis, pára-brisas;
da falta de equipamentos de segurança (cintos de segurança, triângulos, pneus
sobressalentes). Lembro de um tempo em saíamos mendigando combustível nas
prefeituras para completarmos nossas missões. Tudo para que o Sistema não
travasse.
Em quantas vezes meia dúzia de agentes segurou heroicamente
cadeias com mil, dois mil, cinco mil presos, tudo a bem do serviço público, do
bom andamento do serviço, baseados na coragem e compromisso com as vidas que
direta, ou indiretamente dependiam de nossa intervenção. Perdi a conta de
quantas vezes entramos na cadeia em momentos críticos e evitamos massacres,
homicídios e fugas em massa.
A troco de quê? De sermos tratados como escória, induzidos
por um secretário a sermos meio polícia, meio bandido. Este secretário só
verbalizou o tratamento que temos recebido do Governo durante anos, pois temos
sido marginalizados e tratados como bandidos.
Chega de sermos desrespeitados e tratados como meio
policial, pois ser meio policial meio bandido significa ser um bandido inteiro.
Não existe meio termo somos policiais, não bandidos. O Procedimento Operacional
Padrão (POP) é um dos regulamentos que norteiam nosso comportamento policial
dentro e fora da Unidade Prisional. Fazer diferente é ser bandido e continuar
carregando o Sistema Penitenciário nas costas, às custas de nossa dignidade. A
falta de efetivo para cumprir o POP e demais requisitos da lei são de pleno
conhecimento do Governo, se este não cumpre seu papel de gestão não é justo que
sejamos penalizados junto com a população. Isto é prova de sua incompetência. Se o Governo acha pouco temos também o Código Penitenciário (Lei), que mesmo ultrapassado ainda está em pleno vigor, quando regula a proporção de 2 (dois) agentes para 1 (um) preso e outras normas. Então, o servidor público deve cumprir o que está na lei e nas normas.
Não somos culpados da falta de Gestão Pública, se não
existem funcionários para trabalhar na penal, jurídico, administração, ou se
não existem agentes suficientes para fazer a condução interna e externa dos
presos nas penitenciárias. Não podemos continuar penalizados se o governo
insiste no vício de manter “Presos Chaveiros” no comando de nossas cadeias, ou
presos trabalhando em setores da unidade em lugar de ASP-PCPE, técnicos e
agentes administrativos. Não podemos mais sofrer o dano físico, psicológico da
sobrecarga de trabalho porque este governo que não chama o resto dos
concursados, ou faz previsão para suprir as reais necessidades de estrutura e
efetivo. Acordamos quanto à importância do nosso papel policial no Sistema e na
Segurança Pública do Estado. Vamos lutar por nossa dignidade e legalidade custe
o que custar. Não é só uma questão de condição de trabalho, mas de
sobrevivência individual de cada Agente Penitenciário da Polícia Civil de
Pernambuco - ASP-PCPE.
O Agente Penitenciário da Polícia Civil de Pernambuco -
ASP-PCPE não está passando por uma crise de identidade (como sugerem alguns),
muito pelo contrário, acordou com força total para defender os seus direitos, a
legalidade de seu Estatuto Policial e sua dignidade institucional e pessoal.
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Se o Sistema Penitenciário de Pernambuco deixar de funcionar
porque estamos trabalhando na plenitude da lei, com nossa “Operação Pente Fino,
Segurança Máxima!” fica sacramentada a incompetência, ou má fé de nossos
gestores estaduais que sabiam de longa data que nós estávamos trabalhando
abaixo da precariedade e que o Sistema Prisional só funcionava pelo sacrifício
e risco próprio dos ASP-PCPE e de outros funcionários compromissados com as
pessoas que de si dependiam.
Cogita-se que se permanecermos mais um pouco na “Operação
Pente Fino, Segurança Máxima!” será preciso deslocar a Polícia Militar das ruas
para suprir a falta de efetivo e condições de trabalho nas Unidades Prisionais.
Se isto acontecer tenho dois questionamentos a fazer: se o Governo insiste em
nos tirar do Estatuto da Polícia Civil (negando o que somos) pois insiste que
não somos ASP-PCPE, porque então não chama pedagogos, enfermeiros,
fisioterapeutas e esteticistas para nos substituir ao invés do Policial Militar
(PM); se pois vão tirar o PM da rua e desviá-lo para fazer o papel de ASP-PCPE,
quem vai fazer o policiamento das ruas e cuidar da população.
A “Operação Pente Fino, Segurança Máxima!” é uma convocação,
uma chamada a razão do ASP-PCPE e à população, pois independente de qualquer
coisa estamos obrigados a cumprir o Procedimento Operacional Padrão (POP) e a
legislação em vigor. Se
o Governo não está preparado incompetência sua, pois o SINDASP-PE vem avisando
da precariedade do Sistema Prisional há muito tempo.
Não permitiremos que no Sistema Penitenciário permaneça o
seguinte jargão: Aos amigos, tudo. Aos inimigos, os rigores da lei... Como
dizia Agamenon Magalhães....
A “Operação Pente Fino, Segurança Máxima!” permanece, pois
ela é cumprimento do POP. Dura Lex, Sed Lex a lei é dura, mas é a lei.
Cumpra-se.
O Agente Penitenciário da Polícia Civil de Pernambuco -
ASP-PCPE não é bandido é polícia e policial que se preza só age dentro da lei. Esta semana teremos outras surpresas e formas de mobilizações.
Nivaldo de Oliveira Júnior
Presidente do SINDASP-PE
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